quinta-feira, 26 de abril de 2012

Carta segundo um tolo

Desce meu outono
que em curvas turvas me perco em tuas ruas
Deliciar sua boca é preciso
é ao mar adentrar
é a vida que ainda preciso nascer.
Risca-me com teu batom, ó noite
pinta-me os olhos de aurora
em suaves lampejos de teu corpo,
sendo serena...toque-me.

Tão lua de semblante quieta
ao passo que encanta
ternura se vai pelo meus desencantos
longe de mim ao lado
devolvam-me os dados.
Onde estive que não me acho
mesmo fitando pedra, ave e ar
pitando as últimas fumaças
tecendo em ariais letras
saudade!?
Como posso ter saudade do que não há?
como pode haver uma saudade?
Saudade, pode haver alguma?
São tantas ou é uma?
Lúdicos e infiéis versos
agora me deito na verdade do dia que nunca se porá
estas amargas entranhas da senhora a quem um dia chamaram de Amor
são contas de instantes à fina faca,
que dilacera, acelera
pérpetua megera, agridoces beijos
mútuo desabotoar de nossas vidas.