sexta-feira, 6 de julho de 2012

Carta aos loucos


Desliguem a prosopopéia que eu quero falar.
Não faço minhas idéias sem metaforizar,
Nas vírgulas entendo como se faz o apelo
Na intransitiva vida sem pleonasmar.

Que transe transitivo!
Não brinco de estar vivo
Respiro a poeira das vírgulas
Num rastro de letras e aperitivos.

Dos postes, haja luz que ilumina os pontos
Não de ônibus, mas os proparoxítonos
Tão feios e tônicos,
Que cambaleiam me deixando tonto.

Um abraço aos que, nas falésias do coração
Deixam entrar a loucura de uma crase
A poesia de uma oração
Nada de adversativa, porém de ligação.

Salve! Elipse que não é do sol
Pertence aos grandes voadores
Os que usam aerosol
Fazem do ditongo seu paiol.

Obrigado pelos ouvidos
Pelos arrepios nos adjetivos
Tendo modos ou sem eles,
Interpreto o texto sem gemidos.

Pós Scriptum para encher o saco
Quando efêmero foi o esquecimento
Cai o artigo ante o substantivo
Predicando o sujeito enrolado